Alguns dos primeiros contatos do bebê com o mundo exterior são feitos com a boca, e o aleitamento materno é o que mais vai se fazer sentir durante toda a vida do recém-nascido. Além de possibilitar todos os nutrientes de que o bebê necessita para crescer saudável, a amamentação é um verdadeiro exercício físico, podendo ser considerada nossa primeira academia de ginástica.
‘Ordenha’ desenvolve maxila e mandíbula de forma harmônica - “Enquanto realiza o movimento instintivo da sucção, o bebê está exercitando sua ossatura e sua musculatura labial”, explica a odontopediatra Silvia Chedid, doutora pela Universidade de São Paulo (USP) e consultora científica em Odontopediatria da Associação Brasileira de Odontologia (ABO). Isso porque, segundo Chedid, “o movimento de ‘ordenha’ faz com que a maxila e a mandíbula sejam estimuladas a crescer de forma harmônica, e a amamentação, por fazer com que a criança respire pelo nariz, é importantíssima para a harmonia do desenvolvimento facial e da deglutição, além prevenir problemas nas vias aéreas”.
Peito x mamadeira - Mamar no peito não é uma tarefa fácil para o bebê. Além de sugar, o bebê precisa ‘ordenhar’ o leite, espremer a mama de um jeito a fazer o alimento sair, o que não acontece no uso da mamadeira, já preparada para escoá-lo. Segundo a odontopediatra Silvia Chedid, pior quando a mãe faz um furo maior no bico da mamadeira para facilitar a saída do leite. “Os bebês sempre preferem a mamadeira porque é mais fácil sugar o leite dela, mas isso evita o esforço físico necessário, inclusive, para o desenvolvimento de uma boa mastigação”, explica. Apesar dos benefícios da amamentação, a odontopediatra chama a atenção para o cuidado que a mãe precisa ter com a posição do bebê ao amamentar. “A melhor posição para a criança é a vertical, para, entre outras coisas, evitar que o leite escorra pela boca e chegue aos ouvidos, podendo causar otite”, aconselha.
Sem açúcar e com afeto - Outro grande benefício da amamentação para a saúde bucal da criança vem da própria natureza do leite materno, o qual é isento de conteúdos cariogênicos, como açúcar, mel, glucose e maltose. “Isso é importante para a erupção dos dentes de leite, que surgirão íntegros e, se a higiene bucal da criança for feita da forma adequada, assim serão mantidos”, explica Silvia Chedid. Segundo a odontopediatra, essa higiene pode ser feita em casa, com escova de dentes específica para bebês, dispensando-se gaze, dedeira e outros artifícios, “para ajudar a estabelecer na criança o hábito de escovar os dentes”. E com o mínimo de creme dental, “para evitar o desenvolvimento de fluorose (intoxicação por flúor)”.
Primeira consulta, ainda sem dentes - Mas para ir ao dentista não é preciso ter dentes – basta ter responsáveis preocupados e bem informados quanto à importância da saúde bucal para o bebê. “A primeira consulta odontológica de uma criança deve acontecer antes do nascimento do primeiro dente, para que os pais sejam orientados sobre higienização, alimentação e como proceder quando os dentinhos surgirem, podendo incomodar o bebê”, recomenda Silvia. Para a odontopediatra, é preciso que se desenvolva o hábito de levar a criança ao dentista assim como já é comum levá-la ao pediatra.
Agência Brasileira de Notícias
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