HISTÓRIA DA CIDADE
O Arraial do Tijuco surgiu em decorrência da exploração do ouro descoberto no Vale do Tijuco, pequeno afluente do Ribeirão Rio Grande, situado entre as Serras de Santo Antônio e de São Francisco. Foi a descoberta de diamantes em suas proximidades, em torno de 1720, que contribuí para o desenvolvimento do pequeno povoado. Em 1734, o Arraial do Tijuco foi transformado em centro político-administrativo do Distrito Diamantino. A política repressiva da Coroa Portuguesa, preocupada com a defesa do monopólio dos diamantes, impôs a limitação do seu crescimento. Em conseqüência, surgiu uma sociedade aristocrática e estratificada, diferenciada dos demais povoados mineiros, destacando-se pelo alto nível cultural. Devido a esses fatores, o Tijuco foi-se tornando importante. Todo Burgalhau cobriu-se de moradas. A mais alta, melhor construída e de maior espaço destinou-se à capela consagrada ao padroeiro Santo Antônio. O sacerdote Paiva, vindo do Arraial de Conceição, ficou servindo de cura. Assim, o Tijuco constituiu-se em arraial, tomando o nome do córrego junto ao qual fora fundado, e o morro denominou-se Morro de Santo Antônio. Continuadamente chegavam mais habitantes para o Tijuco e foram-se espalhando pelas terras ao redor em busca de novas lavras. Fizeram explorações, ricos serviços nos leitos do Jequitinhonha, Ribeirão do Inferno, nos Caldeirões, nos Cristais, nas Datas, no Brumadinho e em outros lugares. Surgiram, assim, novas povoações nas circunvizinhanças do Tijuco. Em 1831, o Arraial do Tijuco foi elevado à categoria de Vila do Tijuco e em 06 de março de 1838, à categoria de cidade de Diamantina. Destacava-se pelos aspectos majestosos e pitorescos, as casas em estilo colonial e próximas uma das outras, ladeadas por serras. Foi a cidade mais luxuosa de Minas Gerais, como também, onde o povo mais sofreu. Deslocaram-se para o Tijuco representantes da nobreza, deixando traços na formação histórica de Diamantina, assim como características fundamentais em seu povo, permanentemente fiel no curso dos tempos às origens nobres. Diamantina atrai não só por seu acervo arquitetônico barroco, mas também por suas tradições de origem religiosa e folclórica.
Significado do Nome
Seu nome deve-se à extração de Diamantes que acontecia no passado.
Aniversário da Cidade
06 de Março
CARACTERÍSTICAS
Município Serrano Histórico Turístico, localizado na encosta da Serra de Santo Antônio, Diamantina é conhecida por ser a terra do ex-Presidente Juscelino Kubitschek e da escrava Chica da Silva, que entre 1763 e 1771 viveu com o contratador de diamantes João Fernandes de Oliveira. Possui grande patrimônio arquitetônico, relíquia dos tempos do Ciclo dos Diamantes e belas paisagens. A Cidade tem ruas e becos íngremes, como calçamento de pé-de-moleque. Desde 1938 é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN - e em Dezembro de 1999 recebeu o título de Patrimônio Histórico da Humanidade, concedido pela Unesco.
Clima
Ameno
Temperatura Média
19,4º C
COMO CHEGAR
Localização
Vale do Jequitinhonha
Limites
Augusto de Lima, Bocaiuva, Carbonita, Couto Magalhães de Minas, Datas, Gouveia, Monjolos, Senador Modestino Gonçalves, Serro.
Acesso Rodoviário
BR–259, MG–02, MG-121, BR-367
Distâncias
178 km da Capital
TURISMO
A cidade possui várias igrejas e prédios em estilo colonial. dentre eles as igrejas, citam-se as mais antigas, construídas principalmente no séc. XVIII, as de N.S. do Bonfim dos Militares, N.S. do Carmo, N.S. do Rosário dos Pretos e São Francisco de Assis. Em Diamantina, de seu casario colonial, de certa forma bem preservado, destacam-se o Mercado dos Tropeiros(atual Mercado Municipal), a Biblioteca Pública , o Museu do Diamante e a Prefeitura Municipal (antiga casa da Intendência). Nesta cidade, o turista ainda poderá conhecer vários outros lugares históricos situados nas proximidades da cidade, como algumas cachoeiras e Biribiri (antiga fábrica de tecido).
Principais Pontos Turísticos
Passadiço da Rua da Glória
Na Rua da Glória, vê-se dois sobrados ligados por um passadiço, que nas palavras do Cônego Severiano de Campos Rocha, o primeiro tem frente para o sudoeste, é um edifício antiquíssimo e histórico. A sua construção é da época do Brasil colônia. Era um edifício com amenos jardins, chafarizes, tanques, bosques artificiais e labirintos de roseiras entrelaçadas. Serviu de residência a vários Intendentes. Em 1865 o primeiro Bispo de Diamantina, D. João Antônio dos Santos comprou este prédio para destiná-lo a Colégio e Orfanato de Nossa Senhora das Dôres. Foi por pouco tempo, sua morada. O segundo prédio, situado de frente ao primeiro, é de estilo arquitetônico menos pesado e mais no estílo do século XIX. Foi construído às expensas do Ten. Cel. da Guarda Nacional, Rodrigo de Souza Reis. Na construção foram usadas madeiras da chácara de Chica da Silva. Após a morte do Ten. Cel. Rodrigo, o Bispo D. João adquire a sua propriedade, para ampliação das instalações do Colégio Nossa Senhora das Dôres.
Mercado Municipal
O Mercado como nós o conhecemos, data de 1835, tendo sido um ponto de encontro das tropas e tropeiros que vinham do Serro Frio ou do sertão das Minas Novas. Hoje, aos sábados, funciona a Feira de Produtores Rurais e Artesanatos, tendo o turista a sensação de estar ouvindo as mulas chegando das estradas das montanhas. Todo sábado, na parte da manhã, o velho Mercado é pura emoção.
Casa de Chica da Silva
Construção do século XVIII, antiga residência do sexto e último Contratador de diamantes, Desembargador João Fernandes de Oliveira. O sobrado tem sacadas à frente e uma bela varanda colonial de rótulas, a qual olha para o nascente. Os seus assoalhos são de táboas largas, estilo típico colonial. Pouco acima da casa havia uma capela particular, que era conhecida como Capela da Chica da Silva. Dizem que o Contratador João Fernandes mandou edificá-la, porque sua companheira, pela cor e condição especial, inicialmente não podia frequentar a Igreja do Carmo, aonde iam ouvir missas as pessoas brancas e de posses. A julgar pela bela porta de entrada, no mesmo estilo das Igrejas, supõe-se que era rica e magnificante. Era pequena mas comportava umas cem pessoas. No final do século XIX, o Vigário Geral, Monsenhor Augusto Júlio de Almeida, tomou a seus cuidados a Capelinha, onde celebrava missa nos domingos. Novas pesquisas sobre Chica da Silva, estão sendo desenvolvidas, e a história de sua vida ainda está em aberto.
Casa do Padre José da Silva Rolim
Hoje é de propriedade do Governo Federal, por força do Decreto de Desapropriação n. 5.764 de 1943, funcionando como o Museu do Diamante. O sobrado é do século XVIII, que a Real Fazenda confiscou do Inconfidente Padre José da Silva e Oliveira Rollim. A Real Fazenda, posteriormente vende o imóvel para o Dr. Jozé Soares Pereyra da Sylva, que em 1809, já no século XIX, revende o imóvel a Ana Clara Freyre.
Casa de Juscelino Kubitschek
Juscelino não nasceu na casa da Rua do São Francisco, nasceu na casa do avô Augusto Elias Kubitschek, num sobrado da Rua Direita, em 12 de setembro de 1902. Quando tinha menos de 03 anos, morreu seu pai, o caixeiro viajante, João Cesar de Oliveira. D. Júlia Kubitschek, mãe de Juscelino, já morava com seus filhos na casa que alugara na Rua do São Francisco, e como professora, continuou a dar suas aulas na Palha e a cuidar de seus filhos. Maria da Conceição e Juscelino ficavam sob a guarda de Augusta da Generosa, filha de antigos escravos, mas nascida depois da Lei do Ventre Livre. Juscelino entra para os estudos no Seminário em 1914, e antes de completar quinze anos, havia terminado o aprendizado com os padres lazaristas. Se quisesse continuar os estudos, teria que prestar exames preparatórios para curso superior nas cidades grandes. Dos quinze anos até os dezoito anos, estudou sozinho com orientações de parentes e amigos. Juscelino se transferiu de Diamantina para Belo Horizonte em fins de 1920, começo de 1921. A casa da Rua do São Francisco de n. 241, onde morou Juscelino Kubitschek de Oliveira, foi declarada de utilidade pública pelo Decreto 23.002, de 01 de setembro de 1983.
Casa de Muxarabié
A chamada Casa de Muxarabié, tem traços característicos lembrando a arquitetura árabe, com a varanda de treliças e os arcos típicos da arte mossárabe da Península Ibérica. Foi no século XIX, em 1890, sede do Corpo de Polícia Militar da Província de Minas Gerais, sob o comando do Major Francisco de Paula Xavier Abreu. Em 1941, D. Virgínia Neto Aguiar, requereu o usucapião do imóvel, e no ano seguinte, doou à União Federal dos Estados Unidos do Brasil, destinando-o ao Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Hoje é a Casa da Biblioteca Pública Antônio Torres, e não há quem não queira tirar um retrato diante dela.
Prédio da Intendência
Construção do século XVIII, tendo funcionado como a Casa da Intendência a partir de 01 de janeiro de 1772 pela Real Extração. Neste prédio, encontra-se um fosso, que era usado para eliminar os vendedores de diamantes, antes de receberem o pagamento. O Intendente, Desembargador Manuel Ferreira da Câmara Bittencourt Aguiar e Sá (Intendente Câmara), foi o que a usou mais humanamente, até o dia em que deixou o Distrito Diamantino, em 1822. A Casa da Intendência funcionou até a extinção da Real Extração em 1841. Na casa da Intendência é que ficava o Regimento Diamantino, conhecido como o Livro da Capa Verde. Tempos depois funcionou neste prédio a Escola Normal e depois passou a ser de propriedade da Câmara Municipal. No princípio do século XX, em 1908, a Câmara Municipal doou o imóvel para o Estado de Minas Gerais, sendo depois revertido à Prefeitura Municipal, que a ocupa até os dias de hoje.
Casa do Contrato
Construção do século XVIII, hoje Palácio da Arquidiocese de Diamantina, reformado em 1915, ainda lembra muito o velho casarão, a antiga Casa dos Contratos. Quando foi residência do Terceiro Contratador dos Diamantes, Felisberto Caldeira Brant, o prédio foi confiscado por Freire de Andrade em 1755, depois de haver confiscado milhares de oitavas de diamantes, que estavam no cofre, e grande quantidade de ouro. Depois de confiscada, foi o prédio lacrado e o Contratador Felisberto Caldeira Brant enviado preso para Lisbôa. O prédio foi usado pelo sistema dos Contratos, até 31 de dezembro de 1771, sendo o último Contratador, o Desembargador João Fernandes de Oliveira. Em meados do século XIX, o prédio foi convertido em Colégio de São Vicente de Paulo ou Atenieu de São Vicente. Pensou-se em transformar o prédio em Quartel do Batalhão da Força Pública de Minas, mas, sabendo o Secretário do Interior do Estado que alí residia o Bispo de Diamantina, desistiu da compra que propuzera à União.
Prédio do Fórum
Sobrado do século XVIII. No século XIX este imóvel foi de propriedade de Vicente Ferreira Fróes, que em 22 de abril de 1837 vendeu o imóvel para o Cel. Duarte Henrique da Fonseca, que por sua vez vendeu a Modesto Antônio de Almeida e Silva. O Governo Provincial adquiriu o sobrado, por desapropriação amigável, ocorrida na cidade de Ouro Preto em 20 de outubro de 1876, pelo valor de 20:000$000, sendo destinado para cadeia central do Norte, Casa da Câmara, Juri e Audiências. Atualmente, funciona somente como Fórum da Comarca de Diamantina.
Sobradinho do Laport
Sobradinho do século XIX, e ficou assim conhecido, devido ao Laport ( José da Cunha Valle Laport) seu proprietário, promover sempre, em noites de luar, esplêndidas serenatas. Era pintor, músico e tocador de flauta. A sua filha, Maria Salvina Laport da Conceição, adquiriu o imóvel pelo falecimento de seu pai, e nele viveu, deixando-o aos seus filhos. O imóvel foi vendido em 1932 a Jair Moreira da Silva, que o doou à Fazenda Nacional, atual proprietária.
Casa do Intendente Câmara
Uma pesquisa mais apurada, mostra que este sobrado data do início do século XIX, localizado na Rua Direita, construído pelo Intendente Câmara(Desembargador Manuel Ferreira da Câmara Bittencourt Aguiar e Sá), para ser a morada da sua filha, que casara com o Fiscal Dr. Luiz José Fernandes de Oliveira, que servia de Intendente nas suas ausências. O povo do antigo Tijuco amava Câmara, mas odiava seu genro, por seu ar arrogante. Como Fiscal, morando perto da Casa da Intendência, tinha como substituir facilmente o Intendente e observar sempre os serviços, das janelas ou sacadas de sua casa. Câmara eleito Deputado à Assembléia Geral Constituinte e Legislativa em 1822, deixa o Arraial do Tijuco e o cargo de Intendente. O seu genro, o Fiscal Dr. Luiz é nomeado Intendente Interino, continuando a morar na casa da Rua Direita até a posse do novo Intendente: Manuel Caetano de Almeida Albuquerque (+- 1824). Moraram depois, nesta mesma casa, os Fiscais: Caetano Ferraz Pinto e João Pires Cardoso, até a extinção da Real Extração em 1841.O sobrado tem o teto da sala de visitas ornamentado com pintura que representa quadro de motivo bucólico, no qual salienta uma figura de pastor. Hoje pertence à Mitra Arquidiocesana.
Chafariz do Câmara ou da Câmara
Data do princípio do século XIX a construção, sendo possivelmente feito pelo Intendente Câmara (Desembargador Manuel Ferreira da Câmara Bittencourt Aguiar e Sá). Foi o terceiro chafariz que a cidade teve e o único em que corre água limpa até os dias de hoje. Está situado na parte central da cidade, próximo à Catedral de Santo Antônio. Em 1861 a Câmara Municipal mandou construir de pedras, um frontispício, ao lado do Chafariz. Em 1899 a Câmara Municipal manda acrescentar uma açoteia de cimento sobre o referido frontispício de pedras. A água vem da Grupiara, passando pelo quintal da Casa que foi do Padre Rolim, confiscada na época da inconfidência pela Real Fazenda.
Chafariz do Rosário
Data de 1787 a construção do primeiro chafariz público, ainda arraial do Tijuco, na gestão do Governador Luiz da Cunha Menezes. Foi consertado em 1900, sendo depois por ordem da municipalidade, criminosamente cortadas a picaretas, as suas carrancas, de cujas bocas desciam dois anéis d`água potável, que vinham de uma mina atrás da Igreja das Mercês, em bicas de pau de coqueiro e outras madeiras. As carrancas foram restauradas, porém a água do rego público não corre mais neste chafariz.
Recolhimento dos Pobres do Pão de Santo Antônio
Singelas construções de pouco mais de 10 pavilhões, com uma capela ao centro, comunicando-se por extenso alpendre. A história de sua fundação é que corria o ano de 1902, em que os diamantinenses estavam preocupados seriamente com um local para o abrigo e recolhimento dos pobres. Foi então, fundada a Pia União do Pão de Santo Antônio, em 14 de julho de 1901, com a iniciativa de José Augusto Neves, que cogitando obter recursos para edificar o abrigo destinado aos pobres velhos abandonados, lançou mão de uma loteria, mediante de 1$000 o bilhete. Mesmo com boa vendagem dos bilhetes, viu-se que não seria atingido o seu objetivo. Daí, William G. Mayer, comprador de lavras diamantíferas e também diamantes, resolveu doar a quantia de 4:000$000 (quatro contos de reis), que deram condições para a realização do sonho.
Capela da Santa Casa de Caridade
A nossa Santa Casa de Caridade ou Hospital de Santa Izabel, foi fundada pelo Ermitão Manoel de Jesus Fórtes, tendo a colaboração imediata do Padre Carlos da Silva e Oliveira Rolim, irmão do incofidente Padre Rolim e do Capitão Manoel Roiz Carvalho. A Santa Casa foi instalada em duas casas que foram compradas do Capitão Manoel Lopis de Souza, sendo a primeira diretoria instalada em 23 de maio de 1790, como Presidente: Rafael da Rocha Neves Quintella. É a única Santa Casa de Caridade que se conhece, pois as demais são todas denominadas de Santa Casa de Misericórdia.
Arquitetura de Osacar Niemeyer
Desde quando Juscelino Kubitschek era prefeito de Belo Horizonte, já gostava de incluir a arte de Niemeyer e de Cândido Portinari, nas obras que realizava. O espírito político desenvolvimentista, possibilitou que a arte e a arquitetura, pudessem realizar o que representaria o moderno. Quando Juscelino foi Governador de Minas Gerais, não deixou de realizar obras na sua cidade natal, com a assinatura de Niemeyer. Foi a introdução do novo na arquitetura barroca e simbolizava o moderno contrastando com o velho. Duas construções chamam a atenção dos visitantes: o prédio do Hotel Tijuco, na área central e o prédio da Escola Estadual Professora Júlia Kubitschek, na Rua Jogo da Bola, próximo ao centro histórico. Hoje, Diamantina possui a arquitetura barroca, o eclético e a introdução do moderno, representando quase todas as fases do desenvolvimento do país. O prédio do Hotel Tijuco foi construído em terrenos que o Estado adquirira aos herdeiros do Cel. Cosme Alves do Couto. Depois de construído, foi transferido à Hidrominas - Águas Minerais de Minas Gerais S/A, hoje privatizado e pertencente a particulares. O prédio da Escola Estadual Prof. Júlia Kubitschek ficou pronto em 1954, mas na época, foi cedido para que a Faculdade Federal de Odontologia pudesse iniciar seus trabalhos. A Escola começa a funcionar em seu prédio próprio somente em julho de 1955, ganhando em sua inauguração, um painel de Di Cavalcanti, oferecido ao amigo Juscelino. O hino foi escrito pelo Padre Celso de Carvalho e a música é de autoria de D. Maria Conceição Reis Costa. A bandeira, foi idealizada pela D. Helena Lopes, sua primeira diretora.
Praça da Unesco
Esta praça é um reconhecimento do povo diamantinense à Unesco, que no dia 06 de dezembro de 1999, em Marrakech, incluiu Diamantina no seleto grupo de cidades Patrimônio da Humanidade. A nova praça está localizada na Rua do São Francisco, próxima à Casa de Juscelino Kubitschek. O painel de azulejo é da artista plástica Yara Tupinambá, homenageando Chica da Silva. O azulejo é fosco, queimado a 900 graus, com tintas dissolvidas em óleo e terebintina e mede 2,20m x 2,10 m.
Caminho dos Escravos
No século XVIII foi aberto trilha entre o velho Tijuco e o Mendanha, para o trânsito de animais e tropeiros. Era também a rota dos diamantes extraídos nos serviços do Rio Jequitinhonha. No princípio do século XIX, o Intendente Câmara (Desembargador Manuel Ferreira da Câmara Bitencourt Aguiar e Sá), manda os escravos calçar este caminho até o Mendanha. O naturalista Auguste De Saint-Hilaire, nele passando, admirou muito a beleza e a conservação do caminho de pedras, que escreveu Esse caminho é fruto dos cuidados do Sr. Da Câmara e honra a sua inteligência. Hoje, as caminhadas ecológicas feitas de Diamantina ao distrito de Mendanha, encantam a todos os turistas.
Cruzeiro do Centenário
Aos 05 de março de 1938, no alto da Serra do Rio Grande, foi inaugurado e abençoado um novo Cruzeiro (terceiro) para a cidade de Diamantina, antecedendo às comemorações do Centenário da cidade, que aconteceria no dia seguinte, 06 de março de 1938, com imponente passeata cívica pelas principais ruas da cidade. O novo Cruzeiro tem 5 metros de altura por 1,50 de braço, feito de cimento armado e o primeiro a ser todo iluminado. A benção do novo Cruzeiro, foi realizada durante missa campal, celebrada pelo Bispo D. Serafim Gomes Jardim, com a presença do Prefeito Municipal Dr. Joubert Guerra, Dr. Juscelino Kubitschek, dentre outros. Após executada a retreta pela Banda do Terceiro Batalhão de Polícia Militar, foi inaugurado o novo Cruzeiro, sob vibrantes palmas, de onde se descortina quase todos os pontos da cidade.
Cruzeiro do Cula
Para os cristãos, a mais venerável de todas as imagens é a Cruz do Salvador. As nossas igrejas, os nossos altares e os nossos cemitérios estão todos ornados com cruzes. As missas nunca são celebradas sem a presença da Cruz. A Cruz do Cula é a segunda que a cidade possuiu, como símbolo confortante da Igreja Católica e de proteção para a população. O idealizador deste segundo Cruzeiro foi Herculano Carlos de Magalhães e Castro, conhecido como Seu Cula, derivando daí, o nome de Cruzeiro do Cula. Seu Cula foi homem importante no final do século XIX, tendo sido eleito Conselheiro para representar os negócios da Diamantina, em reuniões na capital Ouro Preto. Quando da colocação da Cruz, no alto da Serra, em pequena cerimônia, foi o mesmo, abençoado pelo primeiro Bispo de Diamantina, D. João Antônio dos Santos.
Vila de Biribiry
O primeiro Bispo de Diamantina, D. João Antônio dos Santos, fundou quase no final do século XIX, a Fábrica de Tecidos Biribiry, distante uns 12 kilômetros da cidade, empregando principalmente mulheres pobres. Neste local formou-se um núcleo de casas de operários, igreja, galpões, etc. Hoje pertence à Estamparia S/A e os seus terrenos já constituem uma área de Proteção Ambiental. O Biribiry provoca ao visitante, ao mesmo tempo que encantamento e nostalgia, uma viagem no tempo. A igreja é rica em detalhes e é lá que está enterrado o irmão do Bispo D. João, Dr. Joaquim Felício dos Santos, advogado, jornalista, escritor e deputado estadual, falecido em 1895. Seus artigos sobre o Distrito Diamantino, foram posteriormente, enfeixados em livro e publicados em primeira edição sob o título Memórias do Distrito Diamantino da Comarca do Serro Frio, pela Tipografia Americana, do Rio de Janeiro, em 1868, hoje publicado pela Editora Itatiaia Ltda. Considerado por muitos, como o clássico da história diamantinense.
Distrito de Extração
O distrito de Extração, antigo Curralinho, é característico de povoações mineiras. Está situado em vastos e desertos campos, com belas serras, próximo ao encontro do Jequitinhonha preto ou do Campo, que vem do Serro e o Jequitinhonha branco, que vem do município de Diamantina. O velho nome é Gectinhonha, e a explicação trivial é que jequi tem nhonha. Jequi é uma palavra Tupi, para designar uma armadilha de apanhar peixe. O Córrego Curralinho, originou a primeira denominação do distrito e o atual nome de Extração, se deve à companhia de mineração da Coroa Portuguesa, a Real Extração. Ao centro da povoação está a Capela de Nossa Senhora do Rosário. Foi nos campos do então Curralinho que a Real Extração definhou, lavando o córrego e margens adjacentes. No ano de 1841, a pequena tropa da Real Extração, compunha-se de apenas um feitor e dez escravos alugados. Era o seu último sopro de vida. Os garimpeiros, vendo que a Coroa Portuguesa não tinha mais meios de defender as terras ainda por garimpar, invadiram os campos, que ainda estavam virgens por serem de gorgulho. Os garimpeiros, começaram a extrair diamantes em abundância e começaram a formar uma povoação que se engrandecia e prosperava, formando um distrito típico como Mendanha, São João da Chapada e Datas.
Gruta do Salitre
O Distrito Diamantino, além de outras riquezas minerais, possuía o salitre, que era encontrado em uma ou outra lapa. A extração era fácil, bastava apanhar o salitre puro e cristalizado, que se firmava na superfície das nitreiras, sendo usado somente para uso da farmácia ou para o fabrico clandestino da pólvora em quantidades insignificantes. Antes do Intendente Câmara ( Desembargador Manuel Ferreira da Câmara Bittencourt Aguiar e Sá), o salitre não tinha sido convenientemente sido explorado. Foi o Intendente Câmara que animou e fez prosperar esta indústria, permitindo ao Distrito Diamantino a fabricação da pólvora comum, acabando com a importação de fora. Depois, em 1808, estabeleceu-se no Rio de Janeiro uma fábrica de pólvora por conta da Fazenda Real, e estabelecendo-se no Distrito Diamantino um Comissário encarregado da compra do salitre que se extraísse. O Intendente Câmara contrário à determinação da Coroa Portuguesa, animou este gênero de indústria. Passou-se a fabricar novamente a pólvora, que era mais usada pela Real Extração, na quebra de pedras, para desviar os rios. Câmara também não proibiu aos outros a fabricação da pólvora, fazendo com que o Distrito Diamantino não mais importasse a pólvora comum. O lugar conhecido como Gruta do Salitre, foi um dos principais locais de exploração.
Pico do Itambé
Ita-mbé, a grande pedra ou rochedo. De vários pontos da cidade avista-se o Pico do Itambé, cotado a uma altura de 2.002 metros, situado no município de Santo Antônio do Itambé, que outrora foi o orientador e o protetor de todos aqueles que vinham de Ouro Preto, no sentido Serro a Diamantina, seja pela Estrada Real ou pelos caminhos que os tropeiros enfrentavam para a comercialização de suas cargas.
Cachoeiras
Em meio às passagens entre campos, morros e serras, nos antigos caminhos dos garimpeiros e dos tropeiros, os riachos formam cachoeiras e praias naturais, rodeadas de pedras e com o fundo coberto de fina areia branca, descida das serras. São ideais para um contato direto com a natureza, sempre alegrado com flores dos campos, orquídeas, etc.
Catedral de Santo Antônio
Reza a lenda que já os primeiros bandeirantes que se fixaram no Tijuco ergueram uma tosca e pobre capela em honra de Santo Antônio, o querido santo dos portugueses. Posteriormente, em sua honra foi construída, em parte mais alta do Arraial, uma verdadeira igreja, bem maior e de muita solidez. Essa igreja, com a elevação de Diamantina a diocese, é que foi promovida à dignidade de Catedral ou Igreja da Sé, como era conhecida por todos. Nos dias de D. Joaquim Silvério de Souza, foi forçoso destruí-la e o sucessor dele, D. Serafim Gomes Jardim, enfrentando não pequenas dificuldades, construiu, na década de 30, a atual Catedral, igreja na qual se encontra a Cátedra oficial de onde o Pastor fala a todo o povo da sua Diocese. Aos 19 dias do mês de março de 1932 o Arcebispo de Diamantina D. Joaquim Silverio de Souza, benzeu solenemente a primeira pedra da nova Catedral Metropolitana da Arquidiocese de Diamantina, substituindo à antiga Catedral de Santo Antônio, que tinha sua frente para a Rua Direita. Os construtores desta nova Catedral foram: Celso Tavares Werneck Machado e Anastacio Frattesi.
EVENTOS
Fevereiro
- Carnaval - passou a ser um carnaval de rua somente no século XX. A diversão nas ruas da cidade, passou das brincadeiras com água, aos Blocas de rua, iniciados pelo Zé Pereira até os Blocos Peixe Vivo e Sapo Sêco. Hoje o carnaval diamantinense é exclusivamente o de rua, permanecendo dos antigos Blocos, somente o Bloco do Sapo Seco. As ruas centrais são todas ornamentadas, e os Blocos se apresentam à tarde, ficando a noite e toda a madrugada, animada pelas Bandas e Batucadas.
Abril
- Semana Santa - As celebrações são precedidas pela procissão das Dôres, que acontece na Sexta-feira anterior ao Domingo de Ramos. Na Quarta-feira à noite acontece a Procissão do Encontro, onde o cortejo que acompanha o Senhor, vindo da Igreja de São Francisco, encontra-se em frente à Catedral da Sé, com o cortejo que acompanha a Nossa Senhora das Dores, vindo da Igreja do Carmo. Diamantina se enfeita para ver a passagem do Senhor Morto e a passagem da Mãe Dolorosa, aos sons de cantos seculares, executados pela Banda do Terceiro Batalhão de Polícia Militar e acompanhado pelo batido pesado da Guarda de Centuriões, em estilo romano. Quem assiste uma Semana Santa em Diamantina, nunca mais esquece o batido da Guarda de Centuriões. No Domingo de Páscoa, pela manhã, as ruas são ornamentadas e os fiéis colocam colchas nas janelas e sacadas para esperar a passagem da procissão, que celebra o Cristo ressuscitado.
Junho
13 - Festa de Santo Antônio (Padroeiro da cidade) - festa realizada na Catedral Metropolitana e Capela do Pão de Santo Antônio, com trezenas e barraquinhas; e na véspera com suspensão de mastros, fogos de artifícios, etc. Quando do aparecimento do arraial, escolheu-se Santo Antônio para padroeiro, construindo-se a Capela na Rua do Burgalhau. Posteriormente, foi transferida para a Rua Direita.
Julho
- Festa do Divino Espírito Santo - festa tradicional de Diamantina desde 1745, no século XVIII, de cunho religioso-folclórico, com acompanhamento de danças dos cabloquinhos, marujos e grupos folclóricos. A festa é composta de desfile do cortejo imperial em homenagem à Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, que passa soberana pelas nossas ruas na singela representação da pomba que apareceu sobre as águas, na tarde do batismo de Jesus. A festa é transferida todo ano, do dia de Pentecostes, para o mês de julho. Muito antes do dia da festa, a começar no Domindo da ressurreição, as bandeiras do Divino passam a recolher os donativos em toda a cidade. Após os nove dias da novena do Divino, no sábado, realiza-se o mastro na praça Barão de Guaicuí, seguidos de bastante fogos. Conforme manda a tradição, no mesmo sábado, o festeiro, manda carnear e distribuir o boi do divino. No domingo de manhã, é a festa do império, percorrendo as ruas da cidade, e o imperador sendo levado com muita pompa até a Igreja de Santo Antônio (Sé). Os figurantes são vestidos numa representação de um dos nossos períodos históricos. Durante todo o percurso a banda do Terceiro Batalhão de Polícia Militar toca a folia do divino. Alternadamente, apresentam-se grupos folclóricos, em várias ruas da cidade.
Setembro
12 - Dia da Seresta - o melhor jeito de conhecer o diamantinense, é participar de uma seresta, daquelas de casa em casa, de esquina em esquina, dentro do que Ayres da Matta Machado chamava de “bater castelo”, que era uma velha tradição trovadoresca dos poetas cantadores, que saíam, de castelo em castelo, tocando e apresentando seus versos. Juscelino Kubitschek sentava muitas vezes na escadaria da Igreja de São Francisco, para suas serestas e encontros com seus amigos, gostava tanto, que uma vez disse: “Uma seresta em Diamantina é mais bela que uma noite de trovadores em Nápolis. A cidade toda canta, despreocupada, diluindo na beleza dos sons as angústias comuns da vida”. Comemora-se o dia da seresta, no dia 12 de setembro, data comemorativa do nascimento de Juscelino, sendo instituída em sua homenagem.
Outubro
- Festa do Rosário (Primeira quinzena) - comemorada na Igreja do Rosário de Diamantina. Neste templo, desde época do Tijuco, já era comemorada a Festa de Nossa Senhora dos Pretos. Consiste em novenas, mastros, missa festiva e procissão, tendo no dia principal de Nossa Senhora do Rosário, o cortejo do Reinado com membros da corte que o acompanham.
Além das damas trajadas a rigor, cavaleiros, pajens, virgens do cortejo do Rei, fazem parte integrante deste, os marujos, cabloquinhos e outrora os catopês, constituindo desta forma, especial espetáculo de fé religiosa-folclórica que agrada a todos que a assistem.
- Vesperata - O surgimento da Vesperata de Diamantina remete ao final do século XIX, quando os maestros da Policia Militar que sucederam João Batista de Macedo - o maestro Piruruca, na condução da Banda da Policia Militar, mantiveram a tradição idealizada por ele, de durante as retretas dividir a Banda em grupos e destacar os solistas nas sacadas. Entre as inúmeras observações que o Monsenhor Walter Almeida ofereceu à Comissão por Diamantina Patrimônio Cultural da Humanidade, em 1997, destacaram-se aquelas relativas às reuniões musicais no seio das famílias diamantinenses, originadas na tradição inglesa de se tomar chá aos finais da tarde. Reuniões que se estendiam até à noite e que o Monsenhor Walter afirmava que eram tardes vesperais. Utilizava o termo no sentido de espetáculo e de concerto. O modelo dos desafios e de retretas nas sacadas, instituído pelo maestro Piruruca em conjunto com a música La Mezza Notte e os costumes das tardes vesperais, formam as origens da Vesperata, que é praticada atualmente na Rua da Quitanda.
Informações Úteis
Prefeitura Municipal de Diamantina.
(38) 3351-1071 / Fax: (38) 3531-1857
Créditos
Informações e fotos:
Sites: www.diamantinanet.com.br
www.diamantina.mg.gov.br
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