Num momento de descontração, Carlos Drumond de Andrade escreveu:
'Satânico é meu pensamento a teu respeito, e ardente é o meu desejo
de apertar-te em minha mão, numa sede de vingança incontestável
pelo que me fizeste ontem.
A noite era quente e calma e eu estava em minha cama, quando,
sorrateiramente, te aproximaste. Encostaste o teu corpo sem roupa no
meu corpo nu, sem o mínimo pudor!
Percebendo minha aparente indiferença, aconchegaste-te a mim e
mordeste-me sem escrúpulos. Até nos mais íntimos lugares. Eu adormeci.
Hoje quando acordei, procurei-te numa ânsia ardente, mas em vão.
Deixaste em meu corpo e no lençol provas irrefutáveis do que entre nós
ocorreu durante a noite.
Esta noite recolho-me mais cedo, para na mesma cama te esperar.
Quando chegares, quero te agarrar com avidez e força.
Quero te apertar com todas as forças de minhas mãos..
Só descansarei quando vir sair o sangue quente do seu corpo.
Só assim, livrar-me-ei de ti, pernilongo Filho da Puta!'
Soneto 1 - A três Homens.
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Soneto: A TRÊS HOMENS.
São três homens morenos
Que correm nas ruas
Debaixo da lua
Que ilumina o teto dos casebres.
Que correm na noite
Com o coração de met...
Há 15 anos
Um comentário:
Solicito gentileza de informar-me qual livro encontra-se essa poesia de CDA sobre pernilongo.
Meu email é acheringer@uol.com.br
Grato
Abel
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