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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Odontologia :Tetralogia de Fallot e sua repercussão na saúde bucal

Revista Paulista de Pediatria

ISSN 0103-0582 versión impresa

Rev. paul. pediatr. v.26 n.1 São Paulo mar. 2008

doi: 10.1590/S0103-05822008000100016

RELATO DE CASO

Tetralogia de Fallot e sua repercussão na saúde bucal

Repercussion of tetralogy of Fallot on oral health

Cristiane Meira AssunçãoI; Tatiana FalleirosII; Renato Cordeiro GugischIII; Fabian Calixto FraizIV; Estela Maris LossoV

IEspecialista em Odontopediatria pela Escola de Aperfeiçoamento Profissional da Associação Brasileira de Odontologia, seção Paraná, (EAP/ABO-PR), Curitiba, PR, Brasil
IIEspecialista em Odontopediatria pela EAP/ABO-PR, Curitiba, PR, Brasil
IIIDoutor em Odontopediatria pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP), e professor adjunto da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil
IVDoutor em Odontopediatria pela FOUSP, e professor-associado da UFPR, Curitiba, PR, Brasil
VDoutora em Odontopediatria pela FOUSP, e professora titular da Disciplina de Odontologia para a Infância do Centro Universitário Positivo, Curitiba, PR, Brasil

Endereço para correspondência


RESUMO

OBJETIVO: Relatar o caso de um paciente com tetralogia de Fallot e sua condição bucal.
DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente do gênero masculino atendido no Curso de Especialização em Odontopediatria da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da Associação Brasileira de Odontologia da seção Paraná dos cinco aos sete anos de idade. O exame clínico intrabucal inicial revelou quadro de cárie severa da infância. Durante o acompanhamento, verificou-se a erupção dos primeiros molares permanentes com a presença de defeitos de desenvolvimento de esmalte e perda de estrutura dental. À anamnese, a mãe relatou que o paciente foi portador de tetralogia de Fallot e que a cirurgia corretora foi realizada com um ano e 11 meses de idade.
COMENTÁRIOS: A formação do esmalte dental dos primeiros molares permanentes ocorre a partir do primeiro mês de vida e é finalizada entre dois e quatro anos de idade. Neste caso, tal etapa coincidiu com o período anterior à cirurgia para correção da tetralogia de Fallot, fato que pode ter interferido negativamente no processo de mineralização dos primeiros molares permanentes. Os defeitos de desenvolvimento do esmalte podem levar a perda de estrutura dental, favorecendo o aparecimento da cárie dentária. Dessa forma, o odontopediatra deve realizar um diagnóstico precoce dessas alterações e intervir preventivamente para evitar a perda de tais dentes. Uma anamnese bem detalhada e a maior interação entre pediatras e odontopediatras podem proporcionar melhor acompanhamento de crianças com fatores de risco para apresentar defeitos de desenvolvimento do esmalte dentário.

Palavras-chave: tetralogia de Fallot; esmalte dentário; saúde bucal; criança.


ABSTRACT

OBJECTIVE: To report a case of a child with tetralogy of Fallot and his oral conditions.
CASE DESCRIPTION: A male patient was assisted at the Pediatric Dentristry Specialization Course of the Brazilian Dentistry Association in the State of Paraná, Brazil, from five to seven years old. At the first intrabucal examination, the child presented a severe caries disease. During their treatment, enamel developmental defects were detected in the first permanent molar tooth, with loss of enamel structure. His mother reported that the patient had a surgical correction of tetralogy of Fallot cardiac malformation when he was 23 months old.
COMMENTS: The enamel development of the first molar starts in the first month of life and ends around two to four years old. In this patient, the period of mineralization of the first molar was coincident with the period prior to the surgical correction of the cardiac problem. Probably, the development of dental enamel was impaired by the systemic repercussion of this congenital anomaly. Enamel developmental defects can present loss of dental structure, increasing the risk of caries. Therefore, the pediatric dentists should diagnose dental enamel developmental defects early, in order to prevent serious damages to the teeth. A detailed anamnesis and a good interaction between pediatricians and pediatric dentists will provide a better follow-up of children at risk of having dental enamel developmental defects.

Key-words: tetralogy of Fallot; dental enamel; oral health; child.


Introdução

A tetralogia de Fallot é uma cardiopatia congênita com quatro características principais: defeito do septo ventricular, obstrução na via de saída do ventricular direito, aorta em dextroposição e hipertrofia do ventrículo direito(1). É a cardiopatia congênita cianótica mais freqüente.Os defeitos anatômicos diminuem a quantidade de oxigênio no sangue, levando à cianose, policitemia e hipóxia. A hipóxia é encontrada com freqüência, predispondo os pacientes a acidentes cerebrovasculares. Quando não tratada, a maioria dos pacientes morre ainda na infância, sendo, portanto, indicada a cirurgia corretora o mais cedo possível, preferencialmente entre 18 e 24 meses de idade(2).

A tetralogia de Fallot tem sido amplamente estudada na medicina há décadas, porém, as implicações na odontologia ainda são praticamente desconhecidas. Na literatura consultada, apenas um trabalho relatou a condição bucal de pacientes com tetralogia de Fallot. Tal relato de caso clínico descrevia os aspectos bucais de uma criança de quatro anos. Os tecidos moles apresentavam aspecto normal, mas existia grande destruição devido à doença cárie em quase todos os dentes decíduos. O tratamento odontológico foi realizado sob anestesia geral, e sendo feitas restaurações com cimento ionômero de vidro e exodontias. Não foi comentada, neste relato, a condição da dentição permanente(2).

Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi relatar o caso de um paciente com tetralogia de Fallot e sua condição bucal.

Descrição de caso

Após o consentimento livre e esclarecido, foi realizada uma anamnese com a mãe da criança, sendo também utilizadas informações do prontuário odontológico do paciente e do relatório da avaliação psicopedagógica.

Tratava-se de paciente do gênero masculino, atendido no Curso de Especialização em Odontopediatria da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da Associação Brasileira de Odontologia da seção Paraná aos cinco anos idade e acompanhado até os sete anos.

A anamnese revelou que a mãe não apresentou intercorrências durante a gestação da referida criança, que nasceu de parto cesáreo com 2.850kg e 51cm de comprimento. Aos 12 dias de vida, foi internado inconsciente, sendo diagnosticada tetralogia de Fallot. A genitora refere que, no período que antecedeu a correção cirúrgica, a criança fez uso dos seguintes medicamentos: cloreto de potássio, digoxina, amoxacilina e furosemida. Com um ano e 11 meses de idade, foi realizada a correção da alteração cardíaca. Após a cirurgia, a criança apresentava algumas restrições para prática de exercícios e recebia profilaxia com antibióticos antes de qualquer procedimento que pudesse causar bacteremia. Além do acompanhamento clínico com cardiopediatra, também fazia sessões de fonoaudiologia e atendimento psicológico.

Ao primeiro exame clínico odontológico, com cinco anos de idade, apresentava dentição decídua e ausência dos incisivos centrais e laterais superiores, extraídos aos dois anos. O paciente possuía um quadro clínico compatível com o de cárie severa da infância, com lesões de cárie em praticamente todos os dentes. Foi iniciado o controle da doença cárie com adequação de meio bucal, que incluiu a selamento provisório das cavidades de cárie dentária, a fluorterapia e a orientação de higiene e de dieta.

Aos seis anos de idade, os molares permanentes iniciavam sua erupção e se evidenciava a presença de defeitos de desenvolvimento do esmalte (Figura 1). Os incisivos permanentes estavam hígidos e apenas no incisivo superior direito via-se pequena mancha amarelo-clara na região incisal. O primeiro molar permanente superior direito apresentava manchas hipocalcificadas amarelo-claro e perda de estrutura nos sulcos principais e da cúspide disto-vestibular, sendo restaurado com cimento de ionômero de vidro Ketac Molar®.

Nas consultas de controle, verificou-se a completa erupção dos outros primeiros molares permanentes, todos com defeitos de desenvolvimento de esmalte. Devido à perda de estrutura, os dentes foram restaurados com cimento de ionômero de vidro Ketac Molar® (Figura 2).

Comentários

Diante do caso relatado, dois aspectos podem ser ressaltados. O primeiro refere-se ao maior risco de aparecimento de cárie severa da infância em crianças com doenças sistêmicas. O segundo ponto refere-se à repercussão dessas doenças na dentição permanente, evidenciada por alterações durante a fase de mineralização dos dentes, ocasionando defeitos de desenvolvimento de esmalte.

No primeiro atendimento, o paciente apresentava cárie severa da infância, quadro semelhante ao descrito anteriormente na literatura(2). Tal condição estaria relacionada a uma dieta infantilizada (uso prolongado e excessivo de mamadeira associado ao açúcar), freqüente em pacientes com problemas sistêmicos. Este fato ressalta a importância de um acompanhamento odontológico desde os primeiros anos de vida, principalmente em pacientes debilitados, que têm maior risco de apresentar a doença cárie, tanto pela dieta infantilizada quanto pelo uso crônico de medicamentos que contêm açúcar.

Dentes com defeitos de desenvolvimento de esmalte são comuns em crianças com doenças sistêmicas durante o período neonatal e em crianças prematuras(3). Os dentes hipoplásicos e/ou hipocalcificados são mais suscetíveis a um maior acúmulo de placa bacteriana, podendo levar a uma progressão mais rápida da doença cárie. Além disso, tais dentes são mais sensíveis, dificultando a higiene bucal e favorecendo uma dieta mais pastosa.

Crianças com cardiopatias congênitas apresentam uma proporção maior de lesões de cárie não tratadas e uma porcentagem maior de defeitos de esmalte(4), o que as torna de alto risco ao desenvolvimento da doença cárie(5). Entre essas crianças, as que receberam por mais tempo digoxina® apresentaram um maior número de lesões de cárie(6).

Problemas sistêmicos durante o período de formação do esmalte (amelogênese) podem afetar irreversivelmente os ameloblastos, causando defeitos na secreção ou mineralização da matriz de esmalte(7). O processo de mineralização da coroa dentária dos primeiros molares permanentes tem seu início no primeiro mês de vida, sendo concluída entre os dois e quatro anos de idade(8). No caso relatado, o período coincide com a cardiopatia não corrigida, uma vez que a cirurgia ocorreu quando a criança tinha um ano e 11 meses, podendo ter repercutido negativamente na formação deste tecido mineralizado.

Deve-se, portanto, diante de doenças sistêmicas na infância, acompanhar a erupção dos dentes permanentes, para que, caso haja hipocalcificações ou outros defeitos de desenvolvimento de esmalte, seja possível intervir precocemente, prevenindo o aparecimento de lesões de cárie e a perda de estrutura do esmalte hipocalcificado. Por outro lado, os incisivos iniciam sua mineralização mais tarde. A mancha em esmalte do incisivo central superior direito, no paciente aqui relatado, pode estar relacionada a uma lesão periapical do dente decíduo antecessor, extraído aos dois anos em decorrência da doença cárie.

Crianças com tetralogia de Fallot apresentam maior risco para a endocardite bacteriana. A presença de placa bacteriana e a gengivite podem aumentar o risco de crianças cardiopatas congênitas desenvolverem endocartite bacteriana(4). Deve-se, portanto, ressaltar a importância das medidas preventivas, a educação em saúde bucal e a motivação do núcleo familiar. Assim, evitam-se procedimentos invasivos, os quais, no caso de pacientes com tetralogia de Fallot, sempre serão precedidos de profilaxia antibiótica(9).

Diante do paciente relatado, pode-se concluir que crianças com problemas sistêmicos, mesmo em idade precoce, necessitam de maior atenção odontológica. Além disso, uma anamnese detalhada permite diagnóstico e tratamento adequados. Maior interação entre os médicos pediatras e odontopediatras proporcionará melhor acompanhamento da criança de risco para defeitos de esmalte e cárie e também possibilitará aos pais mais informações sobre a condição e as necessidades de seus filhos para o seu crescimento saudável. Deve-se trabalhar a prevenção odontológica o mais cedo possível para que tais crianças cresçam livres da doença cárie e periodontal, as quais podem ter importante repercussão sistêmica.

Referências bibliográficas

1. Pinsky WW, Arciniegas E. Tetralogy of Fallot. Pediatr Clin North Am 1990;31:179-92. [ Links ]

2. Spivack E. Tetralogy of Fallot: an overview, case report, and discussion of dental implications. Spec Care Dentist 2001;21:172-5. [ Links ]

3. Machado FC, Ribeiro RA. Defeito de esmalte e cárie dentária em crianças prematuras e/ou de baixo peso ao nascimento. Pesq Bras Odontoped Clin Integr 2004;4:243-7. [ Links ]

4. Franco E, Saunders CP, Roberts GJ, Suwanprasit A. Dental disease, caries related microflora and salivary IgA of children with severe congenital cardiac disease: an epidemiological and oral microbial survey. Pediatr Dent 1996;18:228-35. [ Links ]

5. Fernández de Preliasco V, Biondi AM, Oliver L. A comparison of the oral status of children with congenital heart diseases. Bol Assoc Argent Odontol Niños 2005;34:4-7. [ Links ]

6. Stecksén-Blicks C, Rydberg A, Nyman L, Asplund S, Svanberg C. Dental caries experience in children with congenital heart disease: a case-control study. Int J Paediatr Dent 2004;14:94-100. [ Links ]

7. Bessa CF. Fatores sistêmicos e locais associados a anomalias do esmalte dentário. Arq Odontol 2002;38:5-18. [ Links ]

8. de Moraes LC. Cronologia da mineralização dos incisivos e primeiros molares permanentes entre brasileiros da Região Sudeste [tese de doutorado]. São José dos Campos (SP): Unesp; 1974. [ Links ]

9. Balmer R, BuLock FA. The experiences with oral health and dental prevention of children with congenital heart disease. Cardiol Young 2003;13:439-43. [ Links ]

Endereço para correspondência:
Cristiane Meira Assunção
Rua Equador, 60 – Bacacheri
CEP 82.510-120 – Curitiba/PR
E-mail: crisassuncao@hotmail.com.

Recebido em: 15/8/2007
Aprovado em: 21/1/2008

Texto: O Papel da Odontologia na Doença Celíaca

O Papel da Odontologia na Doença Celíaca

Fábio Vivian *

Algumas manifestações da doença celíaca ocorrem na cavidade bucal e cabe aos profissionais que atuam nessa área, a competência do diagnóstico e tratamento dessas afecções. Entretanto, devido à falta de divulgação e informação específicas, poucos são os profissionais realmente aptos a tratar desses problemas. Estudos realizados por pessoas que tem particular interesse em se aprofundar no conhecimento dessa doença, cada vez mais vêm mostrando que a Odontologia tem papel fundamental no diagnóstico e no tratamento das lesões a ela relacionadas. O diagnóstico precoce é fator indispensável na prevenção dos problemas. Quanto mais cedo for dado o diagnóstico, antes poderão ser tomadas medidas cabíveis. A primeira infância é a fase em que a dentição está em formação e que os problemas relacionados à estrutura dos dentes tem mais chances de se instalar. Por exemplo: - Estudos comprovam que o controle excessivo da dieta, geralmente feito pelas mães, muitas vezes peca no equilíbrio dos nutrientes fundamentais para o desenvolvimento dos dentes e ossos das crianças. Vitaminas A, C, e D, são indispensáveis para o bom desenvolvimento ósseo esquelético do ser humano. O cálcio, elemento base para as estruturas duras do corpo, muitas vezes é deficiente no celíaco por este poder ser também intolerante à lactose, proteína presente no leite e que é fonte rica em cálcio. Por essa razão, indivíduos com esse problema, devem fazer um acompanhamento nutricional para que seja feita uma reposição deste elemento de forma equilibrada. Na dúvida sobre o que pode ou não comer, o celíaco acaba muitas vezes alimentando-se de forma incorreta. Dentro de uma alimentação controlada por um especialista, pode-se eliminar qualquer carência nutricional do indivíduo e que não ponha em risco a saúde geral do corpo. Nunca se deve esquecer que o celíaco é intolerante ao glúten, mas que a cadeia de alimentos é vasta e completa, e deve ser explorada de forma adequada a cada um, de preferência acompanhada por um especialista em nutrição.

Os problemas mais freqüentes que ocorrem na boca dos portadores da doença celíaca estão relacionados com os tecidos duros ( dentes ), como bruxismo, amelogênese imperfeita, manchas por deficiência ou excesso de cálcio, fluorose dental, uso incorreto da tetraciclina, erosões... Das que acometem os tecidos moles ( bochecha, língua, lábio, palato... ) estão o líquen plano, herpes e aftas.

Tecidos Duros

Bruxismo

O Bruxismo caracteriza-se pelo ranger dos dentes, geralmente noturno, e que está relacionado a um distúrbio de fundo emocional. Isso faz com que haja um desgaste progressivo da estrutura dental. No início do processo de adaptação do diagnóstico, algumas pessoas não convivem muito bem com a idéia de serem portadoras da doença celíaca. Isso faz com que haja esse desequilíbrio. Esta mesma alteração emocional, faz com que outros problemas, como o herpes possam surgir. No início, o controle da situação muitas vezes é feito por medicação e acompanhamento psicológico. Nesses casos, dado o diagnóstico, deve-se interpor uma placa rígida entre os dentes evitando com isso o desgaste.

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Bruxismo

Amelogênese Imperfeita

A amelogênese imperfeita, caracteriza-se por uma deposição deficiente e irregular dos cristais de esmalte sobre os dentes e que causam problemas de ordem não só estética, mas também funcional da arcada dentária. Pode haver manchas esbranquiçadas e porosas, distribuídas pela superfície dentária. Isso pode ocorrer de forma localizada (poucos dentes) ou generalizada. Em alguns casos mais severos, sulcos horizontais profundos que alteram a anatomia normal dos dentes também podem ser vistos. Trata-se normalmente com processos de clareamento e/ou restaurações estéticas.

Amelogênese Imperfeita

Manchas por deposição de cálcio

Erroneamente, muitas pessoas pensam que os dentes mais brancos são mais fortes e que os amarelados possuem algum problema. Nem sempre... Na verdade os dentes passam por um processo de deposição de cálcio que quanto maior for, mais amarelados ficarão. Algumas pessoas, temendo por uma deficiência de cálcio no organismo, fazem uso indiscriminado de cápsulas deste mineral. Isso na verdade, pode causar manchas irregulares na superfície dos dentes. Mas isso só ocorre quando os dentes estão em fase de formação, ou seja, quando ainda estão incompletamente formados dentro dos ossos. Por exemplo: Um indivíduo que tenha seis anos de idade e passe a fazer uso excessivo de cálcio, pode ter os pré-molares ou segundos molares, bem como qualquer outro dente que esteja em formação, danificado pelo manchamento. Já a ‘deficiência’ deste elemento na dieta, pode igualmente causar problemas. A dentição pode ficar enfraquecida à fratura e pode ainda haver irregularidade superficial, dando um aspecto poroso aos dentes.

Distúrbios Cálcicos

Flourose dental

A diferença entre remédio e veneno, está na dose. Tudo em excesso faz mal, não e verdade? Sabendo dos riscos que correm de ter problemas dentários, muitas vezes os celíacos, por si mesmos ou instruídos pelos pais, fazem uso do flúor para prevenir alguns males. Até aí, tudo bem... não fosse o fato de que o flúor em excesso também pode causar problemas aos dentes. Quando os dentes estão em formação, podem sim se beneficiar com o uso deste elemento. Mas se usado de forma incorreta, causa a chamada fluorose dental. São manchas escuras que variam de intensidade, conforme a gravidade do caso. Isso muitas vezes não é tão simples de tratar, pois os danos podem ser bem sérios.

Fluorose

Uso de Tetraciclina

Embora hoje se saiba dos danos que esse medicamento pode causar aos dentes, muito profissionais da saúde ainda utilizam-no de forma incorreta. Indicado em fase de desenvolvimento dentário, esse medicamento pode curar doenças, mas causar um manchamento severo na dentição do indivíduo. O ‘Por Quê’ do celíaco? Pois bem... Muitas das manifestações da doença celíaca são gastrintestinais. Inúmeros são os casos de profissionais que trataram celíacos como portadores de infecção intestinal, e se valeram do uso das tetraciclinas para tal. Pois além de não curar a suposta ‘dor de barriga’, o dano causado aos dentes ainda veio piorar o quadro. O tratamento para este problema é de ordem estética, clareamento e restaurações estéticas com laminados de porcelana ou simplesmente aplicação de resinas.

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Uso incorreto de Tetraciclina

Erosões

A literatura apresenta casos de celíacos que possuem constantes refluxos gástricos, (vômito crônico). Ao longo do tempo, uma descalcificação progressiva dos dentes pode deixar a superfície irregular e porosa. Isso ocorre pela ação do ácido clorídrico presente no estômago. Isso também é observado em empregados de industrias de refrigerantes, onde o ácido fosfórico usado na fabricação dessas bebidas, quando inalado, passa pela boca e promove esses danos na dentição. Essas pessoas devem fazer uso contínuo de flúor para prevenir o surgimento das erosões.

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Erosões

Problemas dentários são menos freqüentes em pessoas que desenvolveram a doença na fase adulta, pois já tem seus dentes completamente formados. Hoje, a informação vem sendo levada cada vez mais a um número maior de pessoas fazendo com que se difundam os cuidados a serem tomados em pessoas portadoras da doença celíaca e isso torna cada vez mais fácil prevenir danos maiores ou até mesmo corrigir mais facilmente os que já se manifestaram.

Tecidos Moles

Líquen Plano

O desequilíbrio emocional que muitas vezes se manifesta no celíaco, deixa abertura para doenças chamadas psicossomáticas. O Líquen Plano normalmente é assintomático, mas pode também causar leve ardência. Geralmente se dá na mucosa da bochecha. Caracteriza-se por linhas esbranquiçadas irregulares e assim como surgem, podem desaparecer sem que para isso seja necessária intervenção alguma. O simples equilíbrio emocional devolve normalidade ao tecido lesado.

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Líquen Plano

Herpes

Outra manifestação psicossomática, de fundo emocional, (também pode ter origem traumática, como sol ou vento...), deve ter um fator indispensável para o seu surgimento. O celíaco deve ser portador do vírus do herpes, o HSV. Caso contrário, a doença não se manifestará. O vírus fica alojado no cérebro e surge quando encontra condições ideais. Normalmente ocorre na comissura labial, bem no canto da boca. Surgem bolhas, contendo líquido no seu interior e que após drenarem, secam e cicatrizam. Geralmente levam de dez a quinze dias para curar. Caso o indivíduo sinta os primeiros sinais de que vai ocorrer a lesão (aumento de temperatura local ou uma leve coceira), pode ser feito uso de uma medicação que acelera o processo, reduzindo o ciclo ou ainda impedindo que ele ocorra.

Herpes

Aftas

O mais polêmico dos assuntos, por isso deixado por último. Polêmico, porque ainda existem obscuridades a respeito das aftas recorrentes. Mas o que se sabe? Bem, existe na cavidade bucal uma bactéria chamada Estreptococos Alfa Hemolítico, que é um exímio produtor de enzimas proteolíticas. O que é isso? Uma enzima capaz de digerir as proteínas dos tecidos vascularizados que abundam na cavidade bucal. Essa bactéria procura uma maneira de penetrar o tecido da mucosa bucal e desenvolver suas colônias para se reproduzir. Se houver lesão desse tecido por trauma, ingestão de alimentos ácidos ou excessivamente alcalinos e que danifiquem as células do tecido mucoso, essa bactéria penetra e começa uma destruição celular ao seu redor. Até que o organismo consiga combatê-las, os danos já chegaram a uma região mais profunda e sensível da mucosa, o tecido conjuntivo. A cicatrização leva em torno de dez a quinze dias.

O que acontece, é que existem pessoas que apresentam uma elevada contagem desse tipo de bactéria na saliva e isso favorece sobremaneira o aparecimento das lesões. Existem trabalhos que atentam para uma enzima chamada amilase, presente também na saliva. Ela é responsável pela quebra das moléculas do amido no processo de digestão. Amido esse comumente encontrado nos alimentos que os celíacos não podem ingerir. Essa enzima, segundo pesquisas, teria um papel de grande importância no equilíbrio da população de Estreptococos Alfa Hemolítico na cavidade bucal. Elas seriam sensíveis a ação da amilase. O Celíaco, como se sabe, produz quantidades pequenas de amilase no organismo. Ora, pensemos juntos... Se o celíaco não estimula a produção de amilase na saliva, essa bactéria teria uma porta aberta para o seu desenvolvimento maior e mais rápido, pois é menor o número de inimigos naturais. Ela se desenvolvendo com mais facilidade, poderia causar mais danos que o normal. Isso vem sendo comprovado por um grupo de pesquisadores Irlandeses que, encontrou uma incidência maior de aftas recorrentes em pessoas que estavam se submetendo a dietas de emagrecimento. Outros trabalhos dirigem a atenção à espessura da mucosa da boca nos celíacos, que seria mais delgada que o normal, facilitando a penetração das bactérias no seu interior. Seria correto dizer que reduzindo as colônias de bactéria na boca, reduziriam as incidências de lesões na boca? Corretíssimo... Por isso, pesquisa-se incansavelmente por uma fórmula mágica que possa dar esse presente aos sofredores de aftas recorrentes. Pois bem, por enquanto, existe um único medicamento comprovadamente capaz de reduzir o número dessas bactérias na saliva. É o Digluconato de Clorexidine. Testado e aprovado, vem sendo largamente utilizado para esse fim. Mas seria bom demais se não houvesse nenhum senão... O fato é que esse medicamento possui alguns efeitos colaterais. Contudo, se usado de forma controlada e supervisionada, pode trazer excelentes resultados para aqueles que não vêem a hora de acabar com esse sofrimento...

Afta labial

Sharpey e Douglas (ambos celíacos), em 1987, realizaram na Inglaterra um estudo com 740 indivíduos voluntários celíacos e não celíacos para que fossem submetidos a um ataque de Estreptococos Alfa Hemolíticos isolados. Realizaram micro lesões intencionais na mucosa jugal (bochecha), e labial com instrumento perfurante e também foi dado estímulo químico com dieta ácida a base de abacaxi. Os voluntários faziam diariamente bochechos com uma solução rica em Estreptococos. O resultado mostrou que a diferença entre o número de voluntários que desenvolveram a doença, entre celíacos e não celíacos, não foi significativa, ficando estatisticamente semelhante. Ou seja, não haveria diferença entre as incidências de aftas em celíacos e não celíacos. O estudo revelou ainda que a incidência da doença caiu significativamente em indivíduos que fizeram uso do Digluconato de Clorexidine. Aqueles que desenvolveram lesões, tiveram um período de cicatrização reduzido com o uso deste medicamento. Este talvez seja o estudo de maior abrangência e detalhamento de resultados presente na bibliografia até o momento e com certeza o mais respeitado, pois é o mais rico em diversidade de situações no mesmo sitio. Talvez, com isso, tenha-se na incidência recorrente das aftas nos celíacos, apenas um fator de necessidade de atenção maior ao diagnóstico da doença, orientando os indivíduos que procurem realizar o teste de fator de sensibilidade. •Anticorpo antiendomisial(EMA); • Anticorpo anti-reticulina (ARA); • Anticorpo antigliadina (AGA).

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Afta labial

O uso do creme dental

Quanto ao uso de creme dental, alguns celíacos acreditam haver problemas com seu emprego na higiene bucal, pelo risco de conter farinha na sua formulação, (glúten). Essa informação não é confirmada por nenhuma indústria farmacêutica produtora deste produto. Há relatos de um grupo de pesquisadores Argentinos que teriam encontrado resíduos de glúten na composição de um creme dental. A indústria se defendeu sugerindo a hipótese deste grupo ter contaminado algum corpo de prova com o pó das luvas de manipulação, pois muitos fabricantes usam materiais a base de farinha como talco. Não há relatos oficiais de pessoas que tenham usado creme dental e tenham apresentado quaisquer distúrbios gastrintestinais ou outros quaisquer. Algumas pessoas trocam o creme dental pelo gel dental, como precaução. No entanto, devem ter em mente que a formulação do gel danifica a superfície de estruturas como as resinas restauradoras e as porcelanas. Isso causa uma perda de brilho e altera a lisura superficial desses materiais. Isso não ocorre na superfície do esmalte sadio, nem com o uso do creme dental tradicional.

* Fábio Vivian foi convidado pela Acelbra-RS para dar uma palestra sobre o Odontologia e a Doença Celíaca em dezembro de 2004. Ele trabalha no Rio Grande do Sul e se especializou em Bauru-SP.

Texto: Manual do Celíaco

Manual do Celíaco

Mesmo fazendo uma dieta sem glúten, muitas vezes ingerimos glúten sem saber. É o problema da contaminação. E ela pode acontecer de várias formas.

Por isso preste atenção:

1- Cuidado com o óleo : nunca use o óleo onde se fritou alimentos empanados com farinha de rosca , de trigo ou outra farinha que contenha glúten, para preparar alimentos sem glúten para o celíaco. Não coma batatas fritas em lanchonetes e restaurantes onde servem "nuggets" ou outros salgadinhos que contém glúten, pois geralmente são fritos no mesmo óleo e vasilhame .Muitas vezes os restaurantes reutilizam este óleo contaminado para refogar as preparações.Informe-se.

2- Não asse no mesmo forno, ao mesmo tempo, alimentos com e sem glúten (lasanha e frango, por exemplo).

3- Não esquente o pão de um celíaco na mesma torradeira / tostadeira em que costumar torrar os pães comuns, pois as migalhas destes, mesmo torradas, podem contaminar o pão sem glúten.

4-Lave bem os potes onde guardar biscoitos sem glúten caso anteriormente tenham acondicionado biscoitos com glúten. Passar apenas um pano não descontamina.

5-Tenha muito cuidado com vasilhas e talheres mal lavados.

6-O pó de Café pode estar misturado com Cevada, para aumentar a quantidade na embalagem. Evite tomar café onde você não saiba a marca do produto.

7-Caramelos e balas podem ter sido envoltos em farinha de trigo para não grudarem no papel de embalagem. Esta informação não se encontra no rótulo dos produtos.

8- Separe na geladeira potes de manteiga/margarina, requeijão ou geléia para as pessoas que comem glúten daqueles dos que não comem, pois os farelos de biscoitos, bolos ou pães podem contaminar os alimentos. Tome cuidado com migalhas que podem cair sobre alimentos sem glúten e não misture os talheres para servir alimentos com e sem glúten.

9- Não permaneça no mesmo ambiente quando alguém manipular farinhas proibidas, pois o pó se espalha e pode provocar lesões na pele em pessoas muito sensíveis ao glúten.

10- Não coma pão de queijo ou qualquer outro produto fabricado nas padarias comuns, pois mesmo não tendo glúten entre seus ingredientes, pode haver contaminação tanto na hora de fazer quanto de assar ou servir, já que todos os outros alimentos preparados ali tem a farinha de trigo como base.

11- Ao comer em restaurantes faça a opção pelos alimentos mais simples e sem molhos, como saladas , arroz e carnes grelhadas, mas converse antes com o garçom e explique sua condição celíaca: muitas vezes o feijão é engrossado com farinha de trigo e as carnes, mesmo as grelhadas, podem ter levado "amaciante", que muitas vezes contém glúten ( como é o caso da marca Maggi )ou às vezes são passadas na farinha de trigo também ou preparadas em grelhas onde passaram produtos com glúten.

12- Em restaurantes de comida japonesa ou chinesa observe a marca do shoyu, pois alguns contém glúten. Alguns preparados de frutos do mar - Kani - também contém glúten e podem ser encontrados nos enroladinhos de arroz (sushi).

13- Leve sempre na bolsa ou no bolso algum alimento de emergência ( frutas / biscoitos / suco em caixinhas) para não ser preciso arriscar sua saúde comendo alimentos contaminados.

14- Quando for a uma festa de pessoas pouco íntimas ou cerimoniosas, coma em casa antes de sair, evitando constrangimentos ou passar "fome" sem necessidade.

15- No caso de crianças celíacas, converse com quem vai dar a festa antes, para saber o cardápio. Se for possível sugira que seja servido alimentos como gelatina ou pipoca. Se não der, alimente a criança antes da festa, para que ela possa permanecer entre os amigos sem estar faminta.

16- Cuidado com o Brigadeiro, pois pode ter sido feito com TODDY ou NESCAU (ou outros achocolatados com extrato de malte ). Às vezes os doces são engrossados com farinha de trigo. O chocolate granulado também pode conter glúten.

17- Atenção com o que a criança brinca na escola: massinhas de modelar , receitas caseiras de tintas, aulas de culinária podem expô-la ao glúten. Converse com a Direção e a equipe pedagógica sobre a Doença Celíaca e peça ajuda para que a criança possa permanecer segura no ambiente escolar.

18-Luvas cirúrgicas ( usadas por dentistas, médicos ou mesmo em casa ) e preservativos podem conter farinha de trigo nas embalagens.Cuidado!

19- Leia sempre os ingredientes dos rótulos, pois muitas fábricas ainda estão se adaptando à Lei 10.674 ( que obriga os fabricantes a escrever se contém ou não contém glúten ) e às vezes podemos encontrar erros nas informações.

20- Muitos produtos industrializados já tem a inscrição "Não contém glúten". Infelizmente algumas fábricas desconhecem ou não se importam com o problema da contaminação e continuam vendendo seus produtos, sem uma devida análise da total inexistência de glúten. Às vezes a contaminação pode acontecer durante a plantação e/ou colheita , na armazenagem, no transporte , no processo de fabricação e embalagem.

Um exemplo são os chocolates de uma tradicional fábrica suiça que domina o mercado em nosso país, uma vez que todos ( com glúten e sem glúten ) são embalados nas mesmas máquinas e neste processo pode haver contaminação. Ao invés de separar o empacotamento para não haver contaminação, a Empresa optou por colocar a inscrição " Contém glúten" em todos eles.

21- Sempre entre em contato com o serviço de atendimento ao consumidor (SAC) das empresas quando tiver dúvidas ou for introduzir produtos novos na alimentação do celíaco.

Lembre-se: NA DÚVIDA, NÃO CONSUMA !

22- Certos ingredientes podem estar contaminados ou ser fontes "escondidas" de glúten: amido de milho modificado, amido modificado, proteína vegetal texturizada ou hidrolizada, vinagre de malte, extrato protéico vegetal, molho de soja, dextrina ou malto-dextrina (pode ser derivada de trigo e sofrer separação industrial não completa da proteína ),levedura, fécula, sêmola, carnes processadas, espessantes, molhos roux, etc.

23- Fique atento a qualquer manifestação diferente quando introduzir algum alimento novo à sua dieta . Pode ocorrer maior sensibilidade à outros ingredientes diferentes do glúten.

24- A Hóstia, significado do Corpo de Cristo na religião católica traz farinha de trigo em sua composição. Peça a seu médico ou nutricionista para elaborar um parecer ao responsável da Paróquia, no qual deve ser solicitada a realização da Comunhão através da ingestão de vinho. O celíaco NÃO pode comungar com a Hóstia.

25- Os medicamentos sob a forma de comprimidos ou cápsulas podem apresentar trigo em sua composição; converse com seu médico para substituí-los pela apresentação líquida.

26- Não coloque lado a lado, em recipientes com divisão interna, patês, condimentos e pastas com e sem glúten.

27- Não ofereça ao celíaco "somente a carne" do hamburger, "somente o queijo" da pizza ; não sirva a ele "só os legumes e carnes" de uma sopa feita com macarrão que contém glúten - a contaminação com o glúten já ocorreu.

( as informações em azul foram retiradas do Informativo Básico, material produzido pela Nutricionista Cecília Carvalho).

28- Comida que vá ao forno (exemplo: bacalhau com creme de leite): normalmente coloca-se pão ralado para dar um aspecto dourado de uma forma mais rápida (substituir por um molho branco caseiro, de maisena.- demora mais tempo mas tem o mesmo efeito)
29- Bolos feitos em casa sem glúten: as formas também devem ser untadas e polvilhadas com farinha sem glúten, maisena, fubá, creme de arroz; !
30- Maionese feita em casa: cuidado com o que se adiciona. Em Portugal existe o hábito de colocar um pouco de pasta de mostarda industrial, que contém glúten.
31) Nas cantinas normalmente dizem que a sopa não tem farinha. Mas ao perguntar pelos ingredientes respondem que levou uma "massinha de letras" ou sêmola, por isso pergunte sempre quais são os ingredientes de cada prato.

(informações enviadas pela Associação Portuguesa de Celíacos : www.celiacos.org.pt )

Por esses e muitos outros motivos, os celíacos e seus familiares precisam estar sempre atentos aos rótulos e às informações sobre produtos lançados no mercado.

A ACELBRA vem trabalhando arduamente no sentido de fazer valer as leis nacionais que protegem os celíacos e de conscientizar a Indústria Nacional sobre a necessidade de produzir alimentos seguros para essa parcela da população.

Por isso, participe ativamente da Acelbra de seu Estado, colaborando nesse movimento de melhoria da qualidade de vida dos celíacos brasileiros.

Equipe Rio sem Glúten

Artigo: Doença Celíaca


Doença Celíaca


A doença celíaca ocorre em pessoas com tendência genética à doença. Geralmente aparece na infância, nas crianças com idade entre 1 e 3 anos, mas pode surgir em qualquer idade, inclusive nas pessoas adultas.

Quais são os sinais mais comuns da doença?

Podem variar de pessoa a pessoa, porém os mais comuns são:

É uma intolerância permanente, isto é, por toda a vida, ao glúten. O glúten é uma proteína que está presente nos seguintes alimentos: trigo, aveia, centeio, cevada e malte.

Diarréia crônica (que dura mais do que 30 dias)
Prisão de ventre;
Anemia;
Falta de apetite;
Vômitos;
Emagrecimento;
Atraso no crescimento;
Humor alterado: irritabilidade ou desânimo;
Distensão abdominal (barriga inchada);
Dor abdominal;
Perda de peso ou pouco ganho de peso;
Osteoporose.

Como a doença celíaca é diagnosticada?

Os exames de sangue são muito utilizados na detecção da doença celíaca. Os exames do anticorpo anti-transglutaminase tecidular (AAT) e do anticorpo anti-endomísio (AAE) são altamente precisos e confiáveis, mas insuficientes para um diagnóstico. A doença celíaca deve ser confirmada encontrando-se certas mudanças nos vilos que revestem a parede do intestino delgado. Para ver essas mudanças, uma amostra de tecido do intestino delgado é colhida através de um procedimento chamado endoscopia com biópsia (Um instrumento flexível como uma sonda é inserido através da boca, passa pela garganta e pelo estômago, e chega ao intestino delgado para obter pequenas amostras de tecido).

Qual é o tratamento?

O único tratamento é uma alimentação sem glúten por toda a vida. A pessoa que tem a doença celíaca nunca poderá consumir alimentos que contenham trigo, aveia, centeio, cevada e malte ou os seus derivados (farinha de trigo, pão, farinha de rosca, macarrão, bolachas, biscoitos, bolos e outros). A doença celíaca pode levar à morte se não for tratada.

O que é dermatite herpetiforme?

É uma variante da doença celíaca, onde a pessoa apresenta pequenas feridas ou bolhas na pele que coçam ( são sempre simetricas, aparecendo principalmente nos ombros, nádegas, cotovelos e joelhos). Também exige uma alimentação sem glúten por toda a vida.

Quais são os alimentos permitidos para quem tem a doença celíaca?

• Cereais: arroz, milho.

• Farinhas: mandioca, arroz, milho, fubá, féculas.

• Gorduras: óleos, margarinas.

• Frutas: todas, ao natural e sucos.

• Laticínios: leite, manteiga, queijos e derivados.

• Hortaliças e leguminosas: folhas, cenoura, tomate, vagem, feijão, soja, grão de bico, ervilha, lentilha, cará, inhame, batata, mandioca e outros).

• Carnes e ovos: aves, suínos, bovinos, caprinos, miúdos, peixes, frutos do mar.

Cuidados especiais:

Atenção ao rótulo de produtos industrializados em geral. A lei federal nº 10674 , de 2003, determina que todas as empresas que produzem alimentos precisam INFORMAR obrigatoriamente em seus rótulos se aquele produto “CONTÉM GLÚTEN” ou "NÃO CONTÉM GLÚTEN" .

Atenção:

• Qualquer quantidade de glúten, por mínima que seja, é prejudicial para o celíaco;

• Leia com atenção todos os rótulos ou embalagens de produtos industrializados e, em caso de dúvida, consulte o fabricante;

• Não use óleos onde foram fritos empanados com farinha de trigo ou farinha de rosca (feita de pão torrado);

• Não engrosse pudins, cremes ou molhos com farinha de trigo;

* Tenha cuidado com temperos e amaciantes de carnes industrializados, pois muitos contém glúten;

• Não utilize as farinhas proibidas para polvilhar assadeiras ou formas.

Importante:

• Na escola, nunca separe a criança celíaca dos demais colegas na hora das refeições;

• O celíaco pode e deve fazer os mesmos exercícios que seus colegas;

• Existem celíacos que são diabéticos. Portanto, sua alimentação não deve conter glúten e nem açúcar;

• Existem celíacos que têm intolerância à lactose. Portanto, sua alimentação não deve conter glúten, nem leite de vaca e seus derivados.

Eveline Cunha Moura

Assessora em Nutrição da
Coordenação Nacional da Pastoral da Criança.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

ODONTOLOGIA: DICAS DE ODONTOPEDIATRIA

DICAS DE ODONTOPEDIATRIA


Seguindo algumas orientações básicas,
você pode fornecer ao seu filho excelentes
cuidados odonto-pediátricos.

Dra. Lucia Coutinho
(CRO-SP 23626)
Especialista em Odontopediatria



1. Os pais ou responsáveis devem estar conscientes de suas responsabilidades e participação na saúde dentária de seus filhos, e acreditar que existem recursos que podem ser utilizados para prevenir, melhorar ou manter o equilíbrio das estruturas bucais dos mesmos.

2. A primeira visita do bebê ao odontopediatra deverá ocorrer por volta de 1 ano de idade, quando ele já apresenta os primeiros dentinhos. Neste momento o responsável receberá orientações sobre dieta, higiene e remoçãode maus hábitos, como sucção de dedo, uso excessivo de chupeta e uso indevido de mamadeira.

3. O bebê pode vir a ter cáries em idade muito precoce, até mesmo antes de completar 1 ano de idade. O hábito da amamentação ou alimentação com mamadeira com leite, chá ou qualquer líquido contendo açúcar ou mel, durante o sono, principalmente à noite, pode provocar a cárie de mamadeira. É uma cárie aguda, muito agressiva, de evolução rápida, provoca muita sensibilidade(dor), chegando a causar a destruição dos dentinhos num curto espaço de tempo. E pode até mesmo prejudicar a formação dos dentes permanentes. Por tudo isso, as cáries agudas(de mamadeira), devem ser controladas pelo odontopediatra, que vai orientar o responsável sobre como remover o hábito noturno da mamadeira imediatamente associando higiene e aplicações tópicas de flúor em consultório.


4. Lesões de mancha branca iniciais são indicadoras de alta atividade cariogênica e risco de cáries com cavidades grandes em curto espaço de tempo.

5. As crianças que desenvolvem o hábito de higienização precoce, terão mais chances de crescer com boa saúde bucal.

6. É importante que as gengivas do bebê sejam massageadas e a cavidade bucal limpa pelo menos uma vez ao dia, de preferência após a última mamada, utilizando-se gaze ou uma fralda limpa e água filtrada ou uma solução prescrita pelo odontopediatra. Este hábito, além de higienizar a cavidade bucal do bebê, o condiciona a ter a boca manipulada após a alimentação. Isso com certeza facilitará a introdução da escovação no futuro.

7. Com a erupção do primeiro dente, começam a ser criadas as condições para a colonização precoce pelas bactérias causadoras da doença cárie, sendo a mãe a principal fonte de transmissão para o filho. A saliva é o principal vetor de transmissão bacteriana, por isso deve-se evitar o uso compartilhado de escovas de dentes e talheres, beijar o rosto do bebê ou assoprar sua comida.

8. Após o aparecimento do primeiro dentinho, deve-se continuar a limpeza com gaze ou fralda limpa embebida em água filtrada para remover resíduos alimentares.

9. Quando a criança começa a andar, é comum levar tombos em que bate a boca. Dependendo da intensidade do trauma, se não houver perda total, o dentinho pode ficar mole, escurecer na hora ou mais tarde e a gengiva pode sangrar. O mais adequado, seja qual for a intensidade do trauma, é procurar imediatamente o odontopediatra para uma avaliação clínica e radiográfica. Caso haja necrose da polpa(nervo), é preciso o tratamento de canal para evitar a perda precoce do dente “de leite” e possíveis danos nos dentes permanentes.

10. Quando os molares “de leite”(dentes do fundo) começam a aparecer, a higiene deverá ser realizada com a escova, pois estes dentes tem algumas reentrâncias(sulcos) que impedem a limpeza adequada só com a fralda.

11. Até os 4 anos de idade deve ser utilizado dentifrício sem flúor devido ao risco da ocorrência de fluorose nos dentes permanentes pela ingestão do dentifrício fluoretado.

12. Por volta dos 3 anos de idade, a criança costuma gostar de escovar os dentes e quer fazê-lo sozinha. Esta atitude deve ser respeitada e estimulada, acrescentando-se apenas a necessidade de ser supervisionada e ter sua escovação complementada pelo responsável, devido a pouca habilidade motora nesta idade.

13. Recomendam-se 2 escovações por dia, pela manhã e antes de dormir. Porém alguns odontopediatras entendem que em virtude da limitada cooperação da criança , pode-se optar por uma única escovação bem cuidadosa, antes de dormir e que se vá introduzindo aos poucos uma segunda escovação.

14. Não existe um jeito certo de escovar. O importante é que se limpe todos os dentes de todos os lados, promovendo também uma suave massagem na gengiva.

15. A escova dental tem sua efetividade diminuida com o uso, por isso há necessidade de troca conforme o desgaste. Não existe uma regra, entretanto é sugerida a troca a cada 3 meses pois as cerdas ficam deformadas e perdem sua elasticidade tornado-se ineficazes para uma higiene correta.

16. O fio dental deve ser utilizado assim que a criança tenha dois dentes que apresentem contato. Pois entre os dentes é impossível o acesso da escova. E é mais fácil para os responsáveis aprenderem a utilizar o fio dental quando a criança tem poucos dentes.

17. A partir dos 5 anos e meio, a criança pode ter os primeiros molares permanentes em erupção e os responsáveis devem ser orientados no sentido de que estes dentes devem ser escovados rotimeiramente mesmo nos estágios iniciais. Nesta idade já são recomendadas 3 escovações diárias após a principais refeições, com atenção especial aos primeiros molares permanentes.

18. Aos 8 anos, a escovação ainda deve ser supervisionada por adutos. É importante, entretanto, considerar a habilidade individual de cada criança..

“Com prevenção, orientação e afeto, o Odontopediatra pode construir uma geração Cárie Zero”


Odontologia Integrada Lúcia Coutinho

Dra Lúcia Coutinho

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